quarta-feira, 9 de março de 2011

A difícil arte da escolha


Recentemente estive na palestra "O Código da Inteligência" do professo Augusto Cury.

O bom destas palestras é que além de abrir as portas para outras formas de pensar, muitas vezes elas ratificam idéias e concepções que temos a respeito da vida e da forma como encaramos a realidade.

Uma coisa que me chamou muita atenção, e com a qual estou tendo de lidar nestes dias é com as escolhas que diariamente temos que fazer.

Vivemos enfartados de tantas opções de escolhas. No mundo atual, temos muitas escolhas, que vão desde produtos que podemos comprar, modos de encarar a vida, os relacionamentos, a fé, a família, as amizades. Está definido pela sociedade atual que o homem não é restrito, não tem barreiras, não tem mais ligações sentimentais com as coisas.

O que sinto é que diante das primeiras barreiras que impedem o que o homem quer, ele cria um novo limite.

Claro, isto é o que sempre permitiu o avanço da humanidade. Se não fosse por isto, não teríamos invenções como o avião, como a luz elétrica nem a internet. A evolução da vida depende da quebra de barreiras.

O que critico é a falta de percepção do todo que envolve quebrar uma barreira. E também o excesso de assuntos que dizem mais respeito às vontades pessoais de poucos que o benefício de muitos.

Isto gera comportamentos, produtos, gera necessidades artificiais em demasia. E isto é nos colocado diariamente para que façamos escolhas.

Creio que o ser humano foi colocado na terra para ser feliz, para aproveitar a vida e tudo que a natureza colocou à disposição dele. O que acontece é que não temos capacidade para ficar escolhendo infinitamente as coisas.

Precisamos ser felizes com as escolhas que fazemos. O que acontece é que a sociedade está criando um exército de pessoas infelizes que se "arrependem" das escolhas que fazem.

Se arrependem porque a toda hora ,se criam necessidades para arremessar o consumo para cima.

A toda hora um novo costume, uma nova roupa, um novo carro, uma nova carreira, uma nova religião, um jeito novo de ter "amizades", um novo jeito de ganhar dinheiro, é humanamente impossível para um ser humano acompanhar tamanha onda de novidades que nos é apresentada a todo minuto.

Não digo que temos que estar conformados com as escolhas que fazemos. Temos que ter consciência que toda escolha implica em uma perda. E temos que ser sensíveis a ponto de saber o preço destas escolhas e da influência que elas terão sobre as pessoas que amamos. Temos que colocar isto acima das escolhas. Isto permitirá partirmos de um ponto a outro sem arrependimentos e seguros das escolhas que fizermos.