quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Passando a régua em 2007.


A poucos dias de 2008, nada melhor que revisar o que aconteceu no ano de 2008, principalmente para ver se ficaram questões que deveriam ser resolvidas, mas que "a arte de perder tempo com coisas menores" impediram sua execução, vejamos o resumo do ano:

Janeiro - férias na praia com a família, viagem a São Paulo, feira, viagem a Recife (trabalho desagradável), fins de semana na praia. Nenhuma resolução de início de ano (perdi a fé nestas coisas).
Fevereiro - praia nos fins de semana, aniversário (36, sem festa), contrato novo na empresa, volta às aulas da filha, muitas reuniões de trabalho, viagem ao Paraná a negócios.
Março - praia nos fins de semana (adoro esta parte), exames médicos (a vista está bem, mas os óculos sumiram, então vamos fazer outros), curso de batismo (incrível, as pessoas ainda não se convenceram que sou louco, querem que eu seja padrinho dos seus filhos, brincadeira, o Henrique é uma criança legal), viagem ao interior de Santa Catarina e São Paulo a negócios.
Abril - feriado de páscoa na praia, viagem ao Rio Grande do Sul a negócios (adoro aquela terra), aniversário da Mariana (festão, é bom ver a filha crescer tão cheia de graça).
Maio - Praia a cada 15 dias (não fico mais sem), muuuuito trabalho, viagem à São Paulo capital (trabalho desagradável), dia das mães (mãe só tem uma), o ano engrenou graças a Deus. Meu sócio foi para São Paulo.
Junho - Feriadão Corpus Christi (praia, com direito a banho de mar no inverno), viagem ao interior (mais interior) de São Paulo - ô terrinha quente - muito legal, muito trabalho. Aniversário da Cláudia e de meu pai.
Julho - Mês de muito trabalho, com reuniões de vendas (3) em duas semanas seguidas (fazia tempo que não ficava longe de casa) - Viagem para Campinas, São Paulo e Recife (muito legal, sair de 14 graus para 32 em 3 dias). Não deu para ir para a praia (mau).
Agosto - Digerir resultado das reunião de julho, muuuuuuuuuuitoooo trabalho (as pessoas concordam e depois das reuniões discordam , muito natural), praia a cada quinze dias.
Setembro - Aniversário de casamento do meu pai e da minha mãe. Cinquenta anos de muito amor e exemplo. Amo muito estes dois. Fizemos uma festa muito legal, com toda a família e amigos. É bom saber que o amor sempre se transforma e transforma as pessoas.
Outubro - Feriadão de 12 de Outubro (praia), muito trabalho, início de novas atividades no projeto atual. Férias canceladas devido a problemas de saúde do sogro (depressão). Aniversário do compadre Fábio e do afilhado Henrique.
Novembro - Feriadão com chuva (finados) em Joinville. Apresentação de gala do Balé da Mariana (demais, esta menina cresce muito rápido). Aniversário da Mãe.
Dezembro - época de planejamento e cumprimento de metas. Passa a régua que o Natal vem aí, e um 2008 melhor ainda.

É incrível que dividindo o tempo podemos ver como fazemos coisas tão repetitivas durante todo o ano, sem perceber todos os detalhes do dia a dia. No fim, temos uma "lista geral" e chegamos a conclusão que não fizemos nada, a não ser trabalhar, um pouco de diversão, e... mais nada.
Passando a régua chego a conclusão que dividir nossa vida em medidas de tempo é reduzir a existência às poucas coisas em uma vida.
O caminho para se chegar a estas coisas é o que vale a pena, e para isto um blog é pouco.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Viajar sozinho


Em Outubro do ano passado fiz uma viagem solitária. Fui caminhar 190 km no Caminho das Missões, entre São Nicolau e Santo Angelo.
Uma coisa meio maluca, sair de onibus em Joinville, ir para uma cidade que não conhecia, enfrentar uma caminhada árdua de sete dias, com pessoas desconhecidas até então, tudo era muito "fora da casinha" para mim.
Mas viajar sozinho tem as suas vantagens: A primeira é ter tempo para ficar quieto. O silêncio é um bom ouvinte. Você pensa sobre muitas coisas em sua vida. O seu relacionamento com as pessoas, o seu trabalho, o que você quer fazer, em um exame total de consciência. Confesso que ficar quieto e introspectivo para mim é muito fácil, mas durante a caminhada isto adquiriu um significado maior. Consegui definir muitas situações que vinham se arrastando por falta de tempo de pensar.
Outra coisa sem igual em uma viagem solitária (com uma caminhada no meio) foi o de aumentar a concentração para buscar um objetivo. Diariamente você tem uma meta de caminhar, chegar aos pontos de descanso, aguardar ou alcançar os outros peregrinos, isto permite a você dosar o esforço a ser colocado, para chegar aos locais, e isto exige muita concentração.
Uma coisa boa também é o exercício da humildade: A questão de dar e pedir ajuda sem medo. Penso que o mundo moderno só aceita pessoas que são fortes, e os fortes dificilmente pedem ajuda.O caminho exige de você limites, e muitas vezes a ajuda de outros é que permite a você alcançar os objetivos. Seja uma água abençoada no meio do calor, um chimarrão para animar a caminhada, uma noite de sono em um alojamento precário (sem luxo), tudo isto forja uma pessoa mais solidária, mais forte e mais consciente de seus limites.
Além disso, uma viagem solitária te faz arrumar novos amigos. E nesta conheci pessoas espetaculares, que durante a caminhada contavam um pedaço de suas vidas, além compartilhar um pedaço da minha. Foram histórias, sentimentos colocados durante as horas sob o sol, que permitiram a todos soltar um pouco das preocupações do dia a dia no caminho.
Viajar sozinho é muito bom, e o Caminho das Missões é uma excelente alternativa. As pessoas nesta região são muito hospitaleiras. As ruínas das missões são cheias de mistério e energia. As paisagens são relaxantes, apesar da estrada ser cheia de pedras e morros. O contato com toda a história do local é enriquecedor.
Agora a meta é fazer o Caminho de Santiago na Espanha, pois como bom "pelegrino" meu lema é: "Adelante".

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Perfeição


Sábado acordei com vontade de escutar meus velhos CD's. Encontrei o CD "O Descobrimento do Brasil" de 1993. Uma obra espetacular da Legião Urbana, tão antiga e tão atual. Não pude deixar de pensar muito na música "Perfeição", que fala dos problemas do Brasil e da sociedade moderna. Tão difícl ver que após 14 anos, tudo continua igual ou pior.

Perfeição (Renato Russo)

Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso Estado, que não é nação
Celebrar a juventude sem escola
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade.

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras e seqüestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda hipocrisia e toda afetação
Todo roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias:
É a festa da torcida campeã.

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar um coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo o que é gratuito e feio
Tudo que é normal
Vamos cantar juntos o Hino Nacional
(A lágrima é verdadeira)
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão.

Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isso - com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou esta canção.

Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão.

Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera -
Nosso futuro recomeça:
Venha, que o que vem é perfeição

(Que venha o novo, pois o velho já foi e não funcionou)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Música


Ontem fui assistir a um concerto da Camerata Joinville.
Fazia muito tempo que não ia a um concerto de música clássica, então quando recebi o convite, resolvi desmarcar todos os compromissos para dar uma parada para a cabeça.
E como gosto de música! Handel, Mozart, Vivaldi, Cesar Franck, foi um repertório muito bom, voltado para a época de Natal.
Me fez lembrar o que realmente me marca no Natal. A música. É uma das coisas que sempre evoca as maiores emoções. Nos acompanha desde os primeiros anos de vida (quem nunca cantou Noite Feliz em alguma época de sua vida?).
Sim, a música é uma coisa perene, pois sempre temos músicas que marcam alguma fase de nossa vida. Músicas da infância (revivo muito agora que tenho minha filha), músicas da adolescência, músicas da juventude, terei músicas da meia idade e certamente músicas para o resto da vida.
Se o ser humano tem algo de divino, este deve se manifestar certamente através da música. Pois pela sensibilidade de uma pessoa (o autor da obra) são despertadas emoções diferentes em cada pessoa. Isso é um dom divino.
Música, essencial na vida.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Frustrações


O que fazer quando seus desejos não acontecem? Como trabalhar a frustação quando certas coisas insistem em bater na sua cabeça, como uma saudade de alguma coisa que não aconteceu?
Tenho muita dificuldade para lidar com perdas ou com coisas que não consigo, pois aprendi a ter as coisas, mas não a perder.
Quem sabe nunca aprenderei, e o preço é conviver com uma dor inútil, o melhor seria seguir Buda: "A dor é inevitável, temos que conviver com ela para torná-la suportável".
Sinto como ser fosse um eterno reclamão, pois a vida é muito legal, mas uma coisa que não consigo é o suficiente para tornar tudo sem importância.
Será isso inerente a todo o ser humano? Este desejo incessante de conseguir coisas (muitas vezes não materiais) e depois achar que perdeu o que não conseguiu? Chego a ficar doente com isso.
É uma dor de vazio, apesar da sua vida plena de coisas, de pessoas.

Dois Barcos
Marcelo Camelo

Quem bater primeira dobra do mar
Dá de lá bandeira qualquer
Aponta pra fé e rema

É, pode ser que a maré não vire
Pode ser do vento vir contra o cais
E se já não sinto teus sinais
Pode ser da vida acostumar

Será, Morena?
Sobre estar só, eu sei
Nos mares por onde andei
Devagar
Dedicou-se mais
O acaso a se esconder
E agora o amanhã, cadê?

Doce o mar, perdeu no meu cantar

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Levante-se


Quando o cansaço bate à porta
E a esperança escorre pelas mãos
Quando as lágrimas correm no seu rosto
E olhos inchados lhe desfiguram
Quando o coração se faz sentir pelo vazio
E a angústia preenche seus dias
Lembre que a dor pode ser maior
E está sempre em mais lugares

LEVANTE-SE

Quando os dias parecem chuvosos
Lembre que a chuva também traz alívio
Quando as pessoas parecem não lhe dar importância
Saiba que você pode ser a única escolha de alguém
Não vale a pena sentir dó de si
Porque isto não vai melhorar o que você sente

LEVANTE-SE

Erga seu olhos para o mundo
Lembre que a vida é uma dádiva
E não vale a amargura
Tudo é uma oportunidade para crescer
Para amar e descobrir
Que o passado pode ter sido, mas o futuro será
O que você vai viver...
Você quer ele triste ou alegre?

LEVANTE-SE

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Mariana


Um sorriso, uma manha, uma resposta inesperada
Mariana
Um olhar, uma pergunta (que nunca acaba)
Mariana
Um soninho no meio da gente, uma história de jardim,
Mariana
Uma dança perfeita, um desenho da família,
Mariana
Um choro de birra, uma teimosia na hora de dormir,
Mariana
Um bálsamo para os dias em que estou triste,
Uma parada para meus dias rápidos.
Uma benção nesta vida.
Mariana

(para minha filha)

Cansaço

Estou sentindo o cansaço deste ano, mais que o normal...
Uma sensação de alienação, de estar à parte do mundo.
Preciso descansar.
Para retomar o prazer da vida, ainda este ano.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Antes... (Jorge Drexler)


Antes de mí tu no eras tu,
antes de tí yo no era yo.
Antes de ser nosotros dos
no había ninguno de los dos.

Antes de ser parte de mí,
antes de darte a conocer,
tú no eras tú y yo no era yo,
parece que fuera antes de ayer.

Antes que nada
yo quiero aclarar
que no es que estuviera,tampoco pasándolo mal antes.
(tampoco estaba pasándolo mal antes)

Pero algo de mí, yo no supe ver
hasta que no me lo mostró,
algo de tí, que quiero creer
que nadie vio antes que yo

Después de todo
lo que quiero es decir
que no entiendo como podía vivir
antes,
no entiendo como podía vivir antes

Antes de irme
yo debo decir:
yo también pensaba que era feliz
antes
(pero)
No entiendo como podía vivir antes.