quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Pilates


Há exatamente dois anos iniciei a prática de Pilates.
São exercícios físicos e de respiração, sem impacto e sob música suave, relaxante.
Trabalha-se muito o alongamento corporal, o reforço das articulações, bem como de músculos que esquecemos, com nossas posturas corporais erradas durante o dia.
Confesso, no início duvidava muito deste método. Era muito devagar.
Depois de dois anos declaro: é muito bom.
Não tenho mais gripes, nem doenças causadas pela baixa de imunidade (viroses, dores musculares, dores de cabeça), pelo efeito relaxante da prática.
Tenho mais capacidade respiratória, pratico esportes sem medo de contusões ou de estiramentos.
Melhorei em muito minha qualidade de vida.
É uma excelente dica para quem quer praticar alguma atividade física, pois os exercícios exigem bastante concentração e esforço, apesar de não haver impacto.
Muito bom para quem não gosta de academias, daquele agito louco de egos suados, de música em altos decibéis em ritmo de gente apressada.
Quero compartilhar com os leitores do meu blog, que esta prática é excelente. Recomendo a todos.
Pode até parecer esporte de gente mais velha, mas estrutura seu corpo para prática de outros esportes, além de aliviar o stress diário.

Sobre o tempo


Criamos os anos, os meses, os dias, as horas e minutos
Colocamos "ordem" nos ciclos da natureza.
Escutei estes dias que a natureza não conhece tempo. Veja o exemplo dos pássaros.
Para eles não existe tempo, existe época de nascer, de viver e morrer.
Agora criamos práticas para alongarmos a vida, cremes anti rugas, dieta disto, dieta daquilo.
Tudo para bloquear a ação do tempo, do ciclo natural, de nascer, crescer, viver e morrer.
Porque a morte é parte da vida.
É parte da natureza.
E somos parte da natureza.
Claro que temos mais vigor físico, mais disposição, mais opções de viver do que nossos pais. Somos mais ativos. A medicina mudou nossa forma de encarar a vida.
Mas teremos que obedecer os ciclos naturais, como sempre.
O tempo vem para todos. A diferença é como vemos o ciclo da vida. Se encararmos de forma positiva, ele agirá de forma positiva sobre nós.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Para ver as meninas


Silêncio, por favor
Enquanto esqueço a dor no peito
Não diga nada sobre os meus defeitos
Eu já não lembro mais
Quem me deixou assim.
Hoje eu quero apenas
Uma pausa de mil compassos
Para ver as meninas
E ninguém mais nos braços.
Só este amor, assim descontraído.
Quem sabe de tudo não fale
Quem nada sabe que cale.
Se for preciso eu repito.
Porque hoje eu vou fazer,
Ao meu jeito eu vou fazer.
Um samba sobre o infinito.

(Paulinho da Viola)

Sentidos


Quero um pouco de silêncio.
Um silêncio tão longo, que me faça sentir a pulsação.
Que faça perceber o ar em volta, e a temperatura variar.
Para que meus pensamentos possam ser ouvidos.
Sem o som ensurdecedor do mundo.
Quero uma escuridão completa.
Daquela que desperte o medo de não existir.
Que me faça perceber os mais ínfimos ruídos.
Do bater do coração, do sangue a correr nas veias.
Quero descansar um pouco...
Das impressões que temos deste mundo.
Para sentir o pensamento.
E perceber minha existência.
Além das percepções do som e da imagem.
Para ver minha alma.
E fazê-la aparecer ao mundo.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Hipocrisia


Vi o filme "Tropa de Elite" e aliviei ao saber que não sou o único que pensa desta forma.
A mesma sociedade elitista do Rio de Janeiro (e de boa parte do Brasil) que fala contra a violência urbana, causada pelo tráfico de drogas, é a mesma que consome o produto (maconha, crack, cocaína).
Hipocrisia pura, falam contra a violência, mas diariamente tomam sua partida de pó, ou fumam o seu baseado, e tem coragem de fazer passeata contra a violência.
Hipócritas, pois não vêem que condenam a uma vida criminosa comunidades inteiras, onde as crianças são aliciadas pelas dificuldades (e pela falta de oportunidades) a trabalhar para o tráfico, onde as famílias passam a ver o crime como cotidiano, onde a vida de qualquer um não tem valor.
Onde as pessoas, seus sonhos, sua família, são destroçadas pela violência.
Hipócritas, vagabundos, maconheiros e viciados...

terça-feira, 20 de novembro de 2007

La vida es más compleja que te parece


El velo semitransparente
del desasosiego
un día se vino a instalar
entre el mundo y mis ojos...
Yo estaba empeñado en no ver
lo que ví, pero a veces

la vida es más compleja de
lo que parece...

Pensaste que me iba a quebrar
y subiste tu apuesta,
me hiciste sentir el sabor
de mi propia cocina...
Volví a creer que se tiene
lo que se merece,
la vida es más compleja de
lo que parece...

Todas las versiones
encuentran sitio en mi mesa...
Todas mis canciones
por una sola certeza.

No quiero que lleves de mi
nada que no te marque.
El tiempo dirá si al final
nos valió lo dolido...

Perderme, por lo que yo ví
te rejuvenece,

la vida es más compleja de
lo que parece...

Mejor, o peor, cada cual
seguirá su camino...
Cuánto te quise, quizás,
seguirás sin saberlo...
Lo que dolería por siempre,
ya se desvanece,

la vida es más compleja de
lo que parece...

Jorge Drexler

Gentileza


O mundo precisa de alguém para dar carinho.
Colocar dedicação no que faz.
O mundo precisa de alguém com mais cuidado.
Que saiba medir palavras nos momentos difíceis.
E que saiba se colocar no lugar do outro.
O mundo precisa de mais gentileza.
Pra se tornar mais leve.
Pois a cordialidade, a suavidade, o estar a serviço;
Não é um trabalho.
É distribuir a dádiva de poder fazer.
Que é divino.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Pois é...

Pois é, não deu
Deixa assim como está sereno
Pois é de Deus
Tudo aquilo que não se pode ver
E ao amanhã a gente não diz
E ao coração que teima em bater
avisa que é de se entregar o viver

Pois é, até
Onde o destino não previu
Sem mais, atrás vou até onde eu conseguir
Deixa o amanhã e a gente sorri
Que o coração já quer descansar
Clareia minha vida, amor, no olhar

(Marcelo Camelo)

Sobre magoar.

E quando fazemos mal a quem sempre nos fez bem? O que fazer?
O que fazer quando mesmo sem ter controle você acaba magoando quem te ama?
A vida é ter controle? A vida é ser o mais correto possível?
Não sei até quando o controle é uma virtude ou uma forma de se proteger.
Sei de uma coisa: magoar quem te ama é ruim demais!!
Perdão.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

O Palhaço

Piruetas no ar...
O palhaço faz a graça
E esquece, na risada da criança
As tristezas da realidade.
O homem acompanha
Segura o riso.
Mas na cabeça, seu pensamento
Se engasga em gargalhadas
Que a seriedade da idade
Não lhe permite mostrar.
Doce pirueta.
Do palhaço triste que esquece a vida.
E que faz do adulto triste um pouco mais feliz.
Feliz a criança.
Que ri, a céu aberto.
Mostrando ao mundo o sentimento.
E fazendo este mais feliz.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Cara estranho

Muitas vezes deixamos escondida a nossa essência.
Aquilo que somos e que pensamos fica acobertado pelo ambiente em que vivemos.
Queremos ser perfeitos, num mundo imperfeito, que só aceita a perfeição.
Temos que ser bonitos, não falar palavrões, ser cordiais com todos, mesmo quando a situação pede outras ações.
Deixamos de expressar nossos sentimentos, em busca de um ideal de comportamento, perfeito, em um mundo imperfeito.
Não mostramos a nossa cara, deixamos de lado o que queremos fazer e ser, em uma total submissão ao mundo imperfeito, que nos cobra uma postura diferente da que desejamos.
Não que tenhamos agora que sair em uma busca louca por agir conforme nossos instintos, pois o que nos diferencia dos animais é o controle sobre estes, pois vivemos em sociedade e temos que respeitar uns aos outros.
Mas quando este respeito ultrapassa o nosso direito de ser individual que faz parte desta sociedade, temos que nos preocupar.
Soltar um pouco o que queremos e somos para o mundo, não faz mal a ninguém, e libera nossa contribuição na formação da sociedade.
Deixar mostrar o que você sente, é deixar sua imagem real exposta, para que o mundo lhe conheça e possa te amar.
É na fragilidade que conhecemos quem nos ama de verdade, pois na fortaleza todos os amigos aparecem, mas na fragilidade, só os verdadeiros.
É libertador.

CARA ESTRANHO

Olha só, que cara estranho que chegou
Parece não achar lugar
No corpo em que Deus lhe encarnou
Tropeça a cada quarteirão
Não mede a força que já tem
Exibe à frente o coração
Que não divide com ninguém
Tem tudo sempre às suas mãos
Mas leva a cruz um pouco além
Talhando feito um artesão
A imagem de um rapaz de bem

Olha ali quem tá pedindo aprovação
Não sabe nem pra onde ir
Se alguém não aponta a direção
Periga nunca se encontrar
Será que ele vai perceber
Que foge sempre do lugar
Deixando o ódio se esconder
Talvez se nunca mais tentar
Viver o cara da TV
Que vence a briga sem suar
E ganha aplausos sem querer

Faz parte desse jogo
Dizer ao mundo todo
Que só conhece o seu quinhão ruim
É simples desse jeito
Quando se encolhe o peito
E finge não haver competição
É a solução de quem não quer
Perder aquilo que já tem
E fecha a mão pro que há de vir

Cara Estranho, Los Hermanos.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Fui ver minha avó!!!

Fui ver minha avó no hospital.
Ela está firme, lúcida e lembrando de tudo.
Faltam-lhe forças para levantar e seguir com a vida (aos 91 anos é um pouco mais difícil).
Chorou quando nos viu (emocionada, não é sempre que vê quatro netos de longe de uma vez só), falou com todos, beijou todos, contou histórias de todos de quando eram pequenos, só lamentou não estar na sua cozinha, na sua horta, cuidando da sua casa e recebendo a todos.
Pensei... quero envelhecer assim: lúcido e distribuindo carinho e atenção, independente da condição física.
Confesso que no domingo, quando estava me despedindo dela para voltar pra casa, que espero que ela se recupere fisicamente e volte para casa.
Caso não volte, fico muito feliz por ela, que viu sua família nascer, crescer, permanecer unida (claro, com algumas exceções, senão não seria uma família normal).
Sim minha avó, você é muito feliz, e espero seguir um pouco da sua receita de felicidade, sua maior herança.
Abraço vó Hilda.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Bom dia solidão


Bom dia solidão
(como dizer bom dia, depois de uma noite não dormida)
Como dizer bom dia, se você esteve comigo a noite toda...
Todo o tempo...
Caso a vida diga: vá embora! E alguém chegar...
Fique consigo solidão
Que este amigo aqui não te quer mais!!
(até outro dia...)

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Horizonte distante

Por onde vou guiar
O olhar que não enxerga mais
Dá-me luz, ó deus do tempo
Nesse momento menor
Pr'eu saber seu redor

A gente quer ver
Horizonte distante
A gente quer ver
Horizonte distante
Aprumar

Através eu vi
Só o amor é luz
E há de estar daqui
Até alto e amanhã
Quem fica com o tempo
Eu faço dele meu
E não me falta o passo, coração
Avante
A gente quer ver
Horizonte distante
A gente quer ver
Horizonte distante
Aprumar
(Marcelo Camelo)

* é isso que queremos nesta vida... um horizonte sempre distante... prá nunca perder a esperança... algo novo sempre há de vir...

"Heróis Corporativos"

É incrível como certas pessoas pensam que o sucesso profissional é mais importante que tudo na vida.
Tudo que fazem é acumular riquezas, ter conquistas, ser reconhecido, nem que para isso tenham que pisar nas outras pessoas, fazer armações e trocas o tempo todo.
São pessoas sós, que possuem quando muito, as amizades corporativas (que duram junto com o contrato de trabalho).
Ficam reconhecidas em seu ambiente como "durões", bons de resultado, mas não dignos da confiança da amizade.
As pessoas não gostam de trabalhar com elas.
Não que o ambiente de trabalho tenha que ser um mar de rosas. As verdades devem ser ditas sempre (e preferencialmente na hora), mas com a confiança na melhora do processo de trabalho, e não como algo que denigra a conduta das pessoas.
Sim, toda a empresa deve atingir os seus objetivos, para isto ela existe e possui pessoas. As pessoas estão lá porque são aptas para as atividades (na maioria das vezes).
Mas estes chamados "heróis corporativos", que atingem suas metas acima de tudo (principalmente das pessoas) acabam por viver sós, assim que a hora de trabalho termina.
Tão pobres que só acumulam riqueza, sem a admiração das pessoas, e principalmente, sem a confiança delas.

domingo, 4 de novembro de 2007

A loucura da indústria atual...

Já notaram que hoje a indústria não faz nada durável?
Tentei consertar um aparelho de som, uma televisão e nada, ninguém conseguiu consertar.
Não há peças de reposição. Se quiser, compre novo!!!
É nisso que está sendo baseado o novo modelo produtivo mundial. Temos que produzir cada vez mais, para vender cada vez mais.
Esqueceram que cada vez que fabricamos alguma coisa, estamos consumindo recursos naturais? Poluímos o ar, poluímos e consumimos água, não sabemos o que fazer com o lixo gerado, mas a lei de mercado pede que compremos cada vez mais.
Não consigo entender esta lógica maluca, essa loucura generalizada que se instalou no mundo.
Quero consertar meus eletrônicos, meus eletrodomésticos, quero um pouco da confiança nos produtos que meus pais e avós tiveram no passado.
Não é ser saudosista nem defensor do obsoleto, é ser consciente que este modo de produção que é utilizado atualmente é o causador de todos os males ambientais.
O efeito estufa, o acúmulo de lixo sem tratamento, a contaminação da água e do solo, tudo isto advém desta gana indiscriminada por lucro.
Quero acima de tudo, meu planeta, para que minha filha possa usufruir dele, pois ele é a maior herança que podemos deixar para nossos filhos.
Será que estou só, ou ninguém vê isto?

sábado, 3 de novembro de 2007

Muitas formas e nenhuma voz!!!

Estou prestes a perder minha avó. Ela não mora próximo, mas no interior do Paraná.
Fico pensando na possibilidade (que é real e existe), de perder as pessoas próximas.
Fico pensando em quantas possibilidades criamos de se comunicar, mas não o fazemos.
Neste instante eu poderia estar ligando prá você, pra outra pessoa que um dia fez parte da minha vida. Ligando para um irmão, para meus pais.
Não fazemos, não nos comunicamos, e temos satélites, celulares, telefones, orkuts, e-mails mil, e nunca nos falamos.
Os tambores, as cartas, os encontros, os abraços ficaram fora de moda.
Nas horas em que estamos para nunca, nunca mais ver uma pessoa, ficamos pensando nas possibilidades que tivemos de estar presente, mas não ficamos.
O mundo da facilidade da comunicação roubou, na sua forma, a vontade que temos de comunicar.
Nisto perdemos a sensibilidade de saber do outro, de encontrar o outro.
E ficamos nos penitenciando na hora do adeus, em que não haverá outra possibilidade de contato.
Perdão minha avó, por não ter ligado, obrigado pelo pouco contato que tivemos, que foi da melhor ternura, do amor de avó que mesmo distante, nunca foi abalado.
Ciao ragazza!!