quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O Clube das Cartas

Em minha última viagem, visitei um cliente que tem por costume escrever cartas.
Sim, este cliente pega uma folha de papel, escreve uma carta contando as novidades, coloca no correio e envia a outra pessoa. Ele faz isto constantemente.
Isto trouxe à minha cabeça um assunto que estive matutando à muito tempo. Com a vinda dos recursos de tecnologia, perdemos o encantamento de escrever. Tudo fica rápido, não temos mais o cuidado de colocar as palavras. Escrevemos rapidamente, e se não der certo, apagamos até achar a forma exata.
Quando escrevemos um texto, uma carta no papel, tomamos o devido cuidado de colocar as palavras, de caprichar a letra, apreciamos o ato de colocar acontecimentos, impressões, sentimentos em uma folha, pensando na forma como será recebida a mensagem pela outra pessoa.
No momento em que escrevemos, temos o devido carinho com a mensagem a ser colocada. Pensamos mais no que vamos falar (erramos menos). Fazemos com que a carta tenha um valor sentimental maior, pois cuidamos do que estamos falando.
Em uma carta, não há rompantes de ira sem a devida reflexão (uma ofensa em uma carta deve doer muito, pois é feita somente após o assunto ser muito bem discutido internamente pela pessoa), bem como em uma carta, uma declaração de amor pode ser eterna (ainda lembro que minha mãe guardava as cartas de meu pai para ela em um baú que ninguém tinha a chave).
Sim, uma simples carta. Você parou para pensar quanto tempo faz que um carteiro não lhe entrega uma carta que não seja uma cobrança, ou uma propaganda?
Por isso vou fundar o clube da carta. Sim, vou passar a escrever cartas para as pessoas que gosto. Quem sabe passo a ter um carinho melhor pelo que falo, pelo que coloco para as pessoas. Este cuidado que o mundo tanto precisa, mas a pressa (de ir não sei onde) está tirando dos relacionamentos.
Se quiser participar,é só falar.

Nenhum comentário: