domingo, 17 de julho de 2011

O amor.

Não sei se vou agradar com este post, mas tenho que falar sobre o que acontece com o amor.
O amor, quanto mais passa o tempo, passa de um amor universal para um amor egoísta (sim, queremos o melhor para nós, esta é a regra básica do amor - e da auto-preservação). Achamos que temos que ter o melhor amor do mundo, embora esta seja uma regra inexistente. Todos temos defeitos. Daí a enormidade de amores platônicos que proliferam na internet (sabe, um amor platônico é sem riscos, e a pessoa de afeto sempre é perfeita). Hoje o que vemos é uma proteção enorme nas pessoas, ninguém pode ser contrariado, ninguém pode receber um NÃO, ninguém pode sofrer por amor, nem por um instante.
Isto é um absurdo? Pode ser, mas hoje vivemos em uma sociedade que valoriza em muito o prazer pessoal, e rápido. Não há tempo para maturação de um amor, de se criar um dia a dia em que a admiração pela pessoa ultrapasse os defeitos (sim, que todos temos).
A mídia cria a mulher/homem perfeito, que faz tudo certo, que segue um padrão de beleza, que é vendido massivamente na TV, na internet, nas revistas de celebridades. Este é o amor que compramos, este é o amor que uma sociedade carente de atenção dá valor.
É o fim do amor verdadeiro? Creio que não. Podemos nos livrar desta roda viva de admirar aquilo que não existe e projetar no outro o absurdo padrão de perfeição que a mídia nos vende.
Temos que olhar as pessoas pelo que elas são, amar as qualidades e defeitos das pessoas que nos propomos a amar, sempre sabendo que os defeitos também estão presentes em nós.
O amor se pode ser resumido, é uma grande troca de qualidades e defeitos, que juntos funcionam na construção de algo maior. Como falava Jack Nicholson para Helen Hunt em "Melhor é Impossível" (frase sensacional) - Gosto de você porque você me faz querer ser uma pessoa melhor - esta é a essência de um amor verdadeiro, querer ser uma pessoa melhor, e junto com outra pessoa; querer que ela seja uma pessoa melhor, e juntos se amarem e construirem coisas em comum.

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