segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A Barca dos Amantes

Sim, sou de origem portuguesa (Pereira e Ferreira), com traços de italianos e alemães. Sim, vim de várias origens e de várias línguas. Cada qual com sua beleza e sonoridade. O português, com todas as suas nuances e formas, é uma lingua linda. Ontem vi em um programa de TV chineses cantando em português. Me perdoem os admiradores do mandarim, mas o som de nosso idioma é lindo demais. Para homenagear os patrícios portugueses deixo aqui uma poesia de Sérgio Godinho, "A barca dos Amantes", que foi musicada e interpretada por Milton Nascimento.

" Ah, quanto eu queria navegar
Pra sempre a Barca dos Amantes
Onde o que eu sei deixei de ser
Onde ao que eu vou não ia dantes

Ah, quanto eu queria conseguir
Trazer a Barca à madrugada
E desfraldar o pano branco
Na que for terra mais amada

E que em toda a parte o teu corpo
Seja o meu porta-estandarte
Plantado no céu mais fundo
Possa agitar-me no vento
E mostrar a cor ao mundo

Ah, quanto eu queria navegar
Pra sempre a Barca dos Amantes
Onde o que eu vi me fez vagar
De rumos meus, a cais errantes

Ah, quanto eu queria me espraiar
Fazer a trança à calmaria
Avistar terra e não saber
Se ainda o é quando for dia

E que em toda a parte o teu corpo
Seja o meu porta-estandarte
Plantado no seu mais fundo
Possa agitar-me no vento
E mostrar a cor ao mundo

Ah, quanto eu queria navegar
Pra sempre a Barca dos Amantes
Onde o que eu sei deixei de ser
Onde ao que eu vou não ia dantes

Ah, quanto eu queria me espraiar
Fazer a trança à calmaria
Avistar terra e não saber
Se ainda o é quando for dia "

Poético, romântico, emocionante, bonito demais.

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