segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Interior

Estive na semana passada viajando pelo interior paulista.
Cidades pequenas, pessoas amistosas, um certo quê do gosto da infância.
Dos tempos que meus pais compravam anotando no caderninho.
Tempo em que eu ia para a aula pela manhã e passava as tardes na rua brincando.
Meus pais nem sabiam onde estávamos, mas sabiam que estávamos bem(hoje meu vizinho tem duas crianças que nunca bricaram com a minha filha).
Nestas cidades pequenas (Itararé, Itaporanga, Avaré, Itapetininga, entre outras) as pessoas conversam, falam da sua vida sem reservas, apesar de lhe conhecer a poucos minutos.
As pessoas das cidades do interior podem estar perdendo o uso da tecnologia, da comunicação rápida, da moda vigente nas grandes cidades.
Mas não perdem o jeito humano de viver. De se interessar genuinamente por você, de ter prazer em criar seus filhos sem a pressa e a exigência de ser melhor que o outro (sim, hoje tratamos os amigos de nossos filhos como concorrentes).
Visitar lugares como este é parar para analisar como vivo hoje. Preciso dar um novo foco na minha vida e na forma como estou criando minha filha. Quem sabe fazê-la buscar mais as coisas, não ter todos os brinquedos que pede, desligar a televisão para que ela procure brincar de outras coisas (brincar com ela também), convidar as crianças de meu vizinho para brincar lá em casa com minha filha, buscar um gosto de infância que não vejo na infância dela.

E quanto a mim, quem sabe voltar a este tempo onde eu conversava com as pessoas sem a pressão de ser o melhor, de ser bem sucedido, onde eu era apenas um amigo, uma pessoa sem o interesse de mostrar o que tenho, o que represento, mas sim o ser humano que sou.

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