segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Finados


Nunca gostei de cemitérios, a não ser pelo silêncio que geralmente você tem quando está neles.
Raramente (muito raramente) visito meus mortos. As pessoas tem que ser vistas, lembradas e vividas enquanto estão conosco. Depois de mortas, elas merecem o descanso e a lembrança viva em nosso coração.
Já muita gente adora ir ao cemitério. Conversam com seus mortos, limpam e decoram seus túmulos. Passam manhãs entre cruzes e lápides de pedra. Venerando a memória de quem fez parte de sua vida e se foi. Pedem desculpas, reclamam do que deixou de ser feito em comum, choram de arrependimento ou contam do seu dia. Como uma terapia onde extravasam tudo o que não podem contar para os vivos.
Penso que as pessoas que morrem e são queridas nunca estão em seus esquifes. Estão sempre vivas na lembrança, no coração. Em tudo de bom que fizeram nesta vida. Depois que morrem, dificilmente receberão minha visita. Meu mundo é hoje. O que passou deixa felicidade e esta fica comigo.
Pois a vida é viver o máximo que se pode, sem deixar de amar quem está com você. O que sobra da gente é somente a morada no coração de quem nos ama.

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