terça-feira, 17 de junho de 2008

Sobre as pequenas alegrias

Cansei da busca da alegria plena.
Sim, aquela alegria plena e felicidade infindável tão proclamada pelos autores de livros de auto-ajuda.
Aquela singela história de satisfação plena, de estar plenamente ligado ao mundo, à natureza, aos seres que estão em volta, isto é uma ilusão.
A dor é inevitável, o sofrimento não, fala Buda em seu livro da Sabedoria.
Se encaramos o mundo desta forma, as chances de vivermos em sofrimento são mínimas, as chances de ficarmos contentes com as pequenas alegrias são imensas.
Se qualidade é melhor que quantidade, então mais vale um mundo frio com algum calor, do que uma atmosfera morna a vida inteira.
Sim, porque queremos marcas em nossa vida. Marcas que nos façam lembrar momentos exultantes de felicidade. Felicidade que lembramos a vida toda: O nascimento de seu filho, a alegria da formatura, o primeiro beijo na pessoa de sua vida, a emoção de ganhar um prêmio ou ser reconhecido. Momentos efêmeros no contínuo correr de sua vida, mas lembranças que marcam para sempre.
Então quero pequenas alegrias todos os dias, pois uma vida de felicidade plena certamente iria ser uma vida sem momentos inesquecíveis, em que nos conectamos com nossa natureza divina de seres realizadores. A dor é a condição necessária para que as pequenas alegrias se tornem importantes.

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